Wednesday, 4 August 2010

Ratatouille

Saio de manhã com a tribo toda.
Quando me aproximo do carro ouço um grito (ahhh!!), uma afirmação (Beurk! Que nojo!) seguido de um pequeno cor de vozes a confirmar a afirmação (Eeuh! Ganda nojo! Cuidado! Não pisem!).

Que bom, logo de manhã alguém deve ter pisado um cocó de cão...
Já sei o que me espera. Imagino o sapato besuntado. Vou ter que descalçar o distraído, ir buscar um outro par de sapatos, limpar o que está sujo antes que seque e se transforme em cimento. Resumindo, já estamos atrasados...

Contorno o carro e deparo-me com a minha tribo em semi-circulo a observar algo que está no chão. Aproximo-me e é quase com alívio que vejo uma carcaça de rato no chão. (se calhar ainda vamos conseguir chegar a tempo…).

“Vamos embora! Não é nada…”
Embarcam todos no carro.
“Viste, Mãe? Tinha as tripas de fora!”
“O que é tripas?”
“É o interior da barriga. Viste estava tudo espalhado! Ganda nojo!”
“Nojo nada! É só um rato que está morto.”
“Oh mãe, o que é um rato?”
“Pisca, um rato é um ratinho. É um bicho pequeno… (como é que se descreve um rato?). É um Ratatouille!”
“Ah!! Já xei! Tenho um Ratatouille! Tenho um Ratatouille…"

Chegamos à escola dos rapazes.
A tribo sai toda do carro para a despedida.
A funcionária da escola vê a benjamim e tenta arrancar-lhe um bom dia. A minha filha olha para ela, coloca uma mão na anca, e com um ar superior diz:
“Eu tenho um Ratatouille!”
Admirada “Ah tens? E está numa gaiola?”
“Não, está no jardim!”
“No jardim?” Olha para mim à procura de uma explicação. Finjo que não vejo e tiro as mochilas do carro.
“Sim, vi o hoje de manhã! O que é que o meu Ratatouille tem, Mãe?”
“Está morto, Pisca…”
“Isso! Tem morto."

Eis um animal de estimação que não deve dar muito trabalho...

No comments:

Post a Comment