Nunca tive peixes.
Gosto de animais, mas os peixes nunca me despertaram interesse.
Após uma visita a uma feira local os meus filhos regressaram com um saquinho transparente cheio de água e 4 peixes. Um branco, um vermelho, um malhado e um preto (um por cada um deles), presente do meu querido irmão.
Como os peixinhos não sobrevivem num saquinho, comprei o aquário para iniciados (redondo de vidro).
Após uns dias comecei a stressar por achar que os bichinhos não tinham espaço suficiente. Adquiri o modelo acima (20l.) e areia.
Ao fim de duas semanas comecei a stressar porque o aquário estava sempre sujo e era preciso vazar/lavar o aquário/lavar a areia/voltar a encher pelo menos uma vez por semana. Adquiri um modelo semi-profissional (50l.) com filtro, bomba de ar, luz, plantas aquáticas, um cãozinho que sobe e desce com a bomba de ar e um termostato.
Tudo isto porque os meus filhos “adoravam” os seus peixinhos.
Na realidade perderam o interesse todo após o 3º dia…
Excepto o Daniel. Todos os dias ia directo ao aquário de manhã para ver o “seu” peixe. Era o preto. Era ele que dava comida a todos de manhã e ao fim do dia, mal entrava em casa, ia directamente para ver o seu amiguinho e companheiros e para alimentá-los. Cada um baptizou o seu peixe. O Daniel pensou muito e decidiu que o dele se chamava… Preto.
Um dia de manhã reparei que o Preto estava a nadar de lado. O Daniel riu-se muito, mas fiquei apreensiva. Não percebo nada de peixes, mas dava para perceber que o Preto não estava a exibir-se. Alguma coisa não estava bem…
Quando regressei a casa à tarde, os meus receios confirmaram-se: o Preto estava a nadar de costas (boiar). Retirei-o cadáver do aquário. Em pânico imaginei a reacção do meu filho ao aperceber-se do desaparecimento do seu companheiro. De todos os peixes porque é que tinha de ser este a morrer?
Fui a correr para a loja de animais e escolhi outro Preto igualzinho (igualzinho!). Esbugalhado, mesmo tamanho, barbatanas compridas e, claro, preto.
Pus logo o substituto na sua nova casa e fui buscar os meus filhos à escola.
Mal abrimos a porta o Daniel foi a correr para o aquário, pronto a alimentar os seus amigos. Abriu a tampa superior mas parou e ficou a olhar para os peixes.
“Mãe, onde está o Pleto?”
Parei. Queres ver que o raio do bicho morreu também?
Olhei para o interior do aquário e suspirei de alívio. Estavam lá os 4 peixes, um de cada cor.
“Está ali Piri, atrás da planta”
“Aonde?”
“Ali ao fundo…”
“Não Mãe! Esse não é o Pleto!”
“?!” não sei o que responder, hesito… “como assim não é o Preto? Então não vês? É claro que é ele! Não há aqui mais nenhum peixe preto. É o teu Preto!”
Suspira…
“Oh Mãe. Não é nada. Esse peixe é palecido, mas não é o Pleto. É óvio que não é o meu Pleto”.
O meu filho, o fish whisperer…
Boa tarde! Alguém me sugeriu a página do facebook do seu blog e cá vim eu espreitar... Bem, não consegui parar enquanto não li tudo, foi um óptimo momento de descontracção! Ainda não sou mãe, mas sou terapeuta da fala e todos os dias lido com crianças e tenho histórias para contar, deliro com estes episódios, os mais pequenos conseguem surpreender-nos em todos os momentos! (e embaraçar-nos também...lol) Parabéns por ser mãe e muito obrigada por partilhar estes momentos! Se quiser espreitar tenho um twitter com algumas saídas dos "meus" meninos: http://twitter.com/tfritacosta. ;)
ReplyDeleteRita,
ReplyDeleteObrigada pelo seu comentário.
Já fui espreitar o seu twitter. Há comentários hilariantes. Gostei particularmente da abelha que pica o coelho para comer o mel da cenoura e da toupeira que serve para cavar a terra... LOL!!!
Parabéns pelo seu trabalho!
Volte sempre!!! ;)