O sexo na gravidez é altamente subestimado. Poucos homens (e provavelmente poucas mulheres) sabem que a libido da mulher sai altamente beneficiada do shot hormonal desencadeado pela gravidez. Penso que é a forma que a natureza arranjou para compensar os homens pelas mudanças súbitas de humores, assegurando deste modo a permanência da figura paterna no lar até ao nascimento do rebento. Sem isso não haveria heróis!
Não sei se as alterações hormonais são as únicas responsáveis por esta mudança. Algures no subconsciente da grávida desaparece (por razões óbvias) o grande entrave à disponibilidade da mulher: o medo de engravidar.
Até a mulher mais precavida e cuidadosa já sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha ao segundo dia de atraso deste maravilhoso fenómeno chamado menstruação.
Este medo está sempre presente, enterrado no nosso subconsciente. O murmúrio que ouvimos momentos antes do orgasmo e que nos avisa que nos esquecemos de tomar a pílula ontem. A vozinha que faz as contas aos dias do ciclo para sabermos se estamos ou não no período fértil. Fechamos os olhos e não deixamos estes pensamentos estragar o prazer do momento, mas estão lá…
Excepto na gravidez. E na menopausa. Mas até na menopausa há o risco de se ter uma surpresa. Uma amiga minha descobriu aos 5 meses de gravidez e 43 de idade que afinal não eram só gases que estavam a provocar algum inchaço e que menopausa precoce não é sinónimo de contracepção 100% segura...
Só na gravidez é que não há riscos. Já sabemos o que nos espera… O mal já está feito, agora mais vale gozar o momento. As limitações físicas decorrentes do crescimento do feijãozinho até obrigam os futuros papás ao uso da imaginação e a alguma ginástica. E é melhor que aproveitem, porque a seguir ao período de abundância, vem um período de seca e depois deste uma mudança permanente. A mulher deixará de ouvir o murmúrio do subconsciente e o casal passará a ouvir nos momentos mais inoportunos uma vozinha a dizer:”Pai, quero ir fazer xixi…”
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